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A Copa do Mundo da FIFA de 2014 será a 2ª realizada no BRASIL.
As 12 cidades que sediarão os jogos: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Cuiabá, Manaus, Fortaleza, Salvador, Recife e Natal.

sábado, 17 de julho de 2010

Quatro anos antes, Copa vira tema de campanha

Mal terminou a Copa do Mundo e o próximo mundial de futebol, que será realizado no Brasil, em 2014, já rende as primeiras caneladas em solo nacional. A disputa começou na arena política e promete se arrastar pelos próximos quatro anos. O primeiro embate, que termina em outubro, nas urnas, tem pautado discursos de candidatos pelo País – seja para atacar rivais, seja para faturar em cima do assunto.

Embora esteja presente de forma mais evidente nas corridas estaduais, o tema já ganhou espaço também no discurso de candidatos ao Palácio do Planalto. Parte das declarações foram engatilhadas após representantes da Fifa e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) criticarem o atraso nas obras de infraestrutura para o mundial. Para a Fifa, “falta tudo” ainda no Brasil, desde estádios, estradas, sistema de telecomunicações, aeroportos e capacidade suficiente em hotéis.

Foto: AFP

Ainda na África do Sul, torcida brasileira espera por 2014

Foi a deixa para que o presidenciável José Serra (PSDB) entrasse em campo para dizer que o Brasil está mal preparado para sediar o evento. "Conseguiu-se o recorde mundial de não preparação de aeroportos para a Copa", afirmou o tucano, que citou outras obras do governo federal que, apesar de “propagandeadas, não andam”. "O Brasil não ganhou a Copa (de 2010), mas ganhou a Copa dos mais altos juros, da mais alta carga tributária e do mais baixo investimento governamental do mundo”, disse o candidato, mirando a adversária Dilma Rousseff (PT).

Quem foi escalado para responder às contestações da Fifa foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, maior cabo eleitoral da ex-ministra da Casa Civil. Na quarta-feira, durante lançamento do edital do trem-bala (que vai ligar São Paulo a Campinas e o Rio de Janeiro), Lula disse que os brasileiros estão sendo tratados “como se fossem idiotas, (como) se não soubéssemos fazer as coisas e não soubéssemos definir as nossas prioridades”.

Já Dilma limitou-se, durante a última semana, a exaltar os compromissos do governo federal no financiamento de estádios e obras para mobilidade social. Ainda assim, ela já prometeu abertamente que, se eleita, dará prioridade à construção de aeroportos.

É na esfera estadual, entretanto, que o assunto ganha mais peso no debate eleitoral. Em São Paulo, por exemplo, o candidato do PT ao governo, Aloizio Mercadante, colocou o assunto em pauta para reforçar os ataques direcionados à administração tucana no Estado.

Na última segunda-feira, ele se disse preocupado com a possibilidade de a capital paulista ficar de fora da competição, a exemplo do que aconteceu com Tóquio na Copa do Japão e da Coréia em 2002.

Ao criticar o que chamou de lentidão do governo tucano para viabilizar alternativas ao Morumbi - estádio descartado pela Fifa (entidade máxima do futebol) por falta de garantias financeiras assumidas pelo São Paulo Futebol Clube - o senador transformou em promessa de campanha o compromisso de assegurar a realização do evento em solo paulista.

Foi uma forma encontrada para contrapor a gestão petista no governo federal à administração tucana no Estado.

“Estamos a quatro anos de uma Copa, em uma das maiores cidades do mundo, que é São Paulo, no Estado mais rico da Federação, e o governo do Estado não diz o que quer e nem apresentou uma proposta para viabilizar a Copa no Estado”, disse Mercadante, segundo quem o governo federal já liberou R$ 1 bilhão para fazer a linha Morumbi-Congonhas de metrô.

Ele diz não descartar a construção de um novo estádio, desde que haja apoio do setor privado, mas afirma que a idéia inicial é reestruturar o Morumbi.

“Os outros Estados estão fazendo suas obras e São Paulo nem definiu o que deve ser feito. Falta agilidade, decisão, pulso e determinação”.

Alvo indireto dos ataques, Geraldo Alckmin (PSDB) tem defendido que, apesar dos problemas, tudo “vai dar certo”.

O tucano já disse ser contrário à aplicação de recursos públicos na construção de um novo

estádio. "Dinheiro público tem que ser colocado nas coisas permanentes, como metrô, trem saúde, segurança. Essa deve ser a parte do governo, ficando a parte do equipamento, do estádio, para a iniciativa privada”.

Segundo o candidato, o atual governador, Alberto Goldman (PSDB) “está conduzindo bem, com segurança, defendendo posições corretas”. “Se puder ter um estádio novo, ótimo. Agora o Morumbi está mais fácil”, diz o tucano, para quem o estádio “só precisa ter uma adequação”.

Durante a semana, Alckmin lembrou que será criada uma estação na frente do Morumbi, no entroncamento da avenida Francisco Morato com a João Jorge Saad. “E tem um monotrilho que já tem financiamento do BNDES”.

A previsão para o mundial é que o País tenha 12 sedes para jogos (São Paulo, Belo Horizonte, Rio, Porto Alegre, Curitiba, Cuiabá, Manaus, Natal, Recife, Fortaleza, Salvador e Brasília).

A exemplo do que acontece em São Paulo, em todos os Estados dessa lista onde há disputa acirrada o tema tem sido usado politicamente por candidatos.

Na Bahia, por exemplo, o governador Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, já propôs que o nome da nova arena esportiva que está sendo construída em Salvador para abrigar os jogos receba o nome de “Luiz Inácio Lula da Silva”. “O estádio ficaria conhecido como Lulão”, disse.

Já o adversário do petista, o ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB), usa a experiência no governo para garantir financiamentos federais no transporte urbano e para resolver problemas relativos às obras do metrô junto ao Tribunal de Contas da União. “A Bahia está enferrujada”, disse.

Colaborou Piero Locatelli, iG São Paulo

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